"IF I CAN DREAM - ELVIS 
		PRESLEY
		
		 WITH THE ROYAL 
		PHILHARMONIC ORCHESTRA"
		
		artigo: Marcelo Neves
		
		 Antes 
		de escrever esta resenha tomei alguns caminhos no intuito de compreender 
		a importância deste lançamento. O primeiro passo foi ver como este álbum 
		foi recebido pelos fãs e por aqueles que não são tão acostumados com sua 
		discografia. Afinal independente de análises técnicas a música atinge a 
		subjetividade de cada um de forma diferente. O segundo passo foi escutar 
		o álbum sem achar que estas "versões" iriam "substituir" as 
		antigas. Se levarmos em conta o significado de "IF I CAN DREAM" 
		que é "SE EU POSSO SONHAR", porque não sonhar se Elvis tivesse 
		tido a oportunidade de gravar com a ROYAL PHILHARMONIC ORCHESTRA? 
		A Royal Philharmonic Orchestra fundada em 1946 é considerada uma das 
		mais importantes do mundo e visionária em muitos aspectos! Em 1969 por 
		exemplo realizou ao lado do grupo de Hard Rock Deep Purple o 
		"Concerto for Group and Orchestra"! Quem poderia imaginar uma banda 
		de Rock tocando ao lado de uma grande orquestra como a RPO (como 
		também é chamada a Royal Philharmonic Orchestra). Décadas mais tarde 
		esta modalidade iria ser comum no mercado fonográfico. Em 1982 a RPO 
		lançou um álbum com canções dos Beatles, porém sem a vozes originais de 
		cada clássico! Já o álbum "IF I CAN DREAM" é a oportunidade de se 
		escutar Elvis numa outra perspectiva, sob o olhar de uma orquestra 
		histórica e importante como a Royal Philharmonic Orchestra. Ao mesmo 
		tempo pode-se notar o quão talentoso era Joe Guercio com sua 
		Orquestra que imortalizou parte do repertório original de Elvis! Algumas 
		dessas versões continuam com o mesmo impacto se mostrando atuais até 
		hoje! Sobre "IF I CAN DREAM" a escolha do repertório foi da maioria de 
		grandes sucessos, o que torna o álbum com mais chances de vendagem. 
		Muitos fãs ficaram imaginando outras canções (menos conhecidas) e que  
		poderiam ser trabalhadas, mas quem sabe numa outra oportunidade não é! O 
		que notei é que algumas faixas que achava que não iriam gerar impacto, 
		ocorreu o contrário o que é formidável! Mostra que este CD tem mesmo a 
		capacidade de agradar um público bastante variado! Então vamos para 
		minhas observações sobre cada faixa, deixando claro que cada um poderá 
		ter a sua opinião, já que estamos falando de algo que emana sentimentos 
		tão diversos até hoje!
Antes 
		de escrever esta resenha tomei alguns caminhos no intuito de compreender 
		a importância deste lançamento. O primeiro passo foi ver como este álbum 
		foi recebido pelos fãs e por aqueles que não são tão acostumados com sua 
		discografia. Afinal independente de análises técnicas a música atinge a 
		subjetividade de cada um de forma diferente. O segundo passo foi escutar 
		o álbum sem achar que estas "versões" iriam "substituir" as 
		antigas. Se levarmos em conta o significado de "IF I CAN DREAM" 
		que é "SE EU POSSO SONHAR", porque não sonhar se Elvis tivesse 
		tido a oportunidade de gravar com a ROYAL PHILHARMONIC ORCHESTRA? 
		A Royal Philharmonic Orchestra fundada em 1946 é considerada uma das 
		mais importantes do mundo e visionária em muitos aspectos! Em 1969 por 
		exemplo realizou ao lado do grupo de Hard Rock Deep Purple o 
		"Concerto for Group and Orchestra"! Quem poderia imaginar uma banda 
		de Rock tocando ao lado de uma grande orquestra como a RPO (como 
		também é chamada a Royal Philharmonic Orchestra). Décadas mais tarde 
		esta modalidade iria ser comum no mercado fonográfico. Em 1982 a RPO 
		lançou um álbum com canções dos Beatles, porém sem a vozes originais de 
		cada clássico! Já o álbum "IF I CAN DREAM" é a oportunidade de se 
		escutar Elvis numa outra perspectiva, sob o olhar de uma orquestra 
		histórica e importante como a Royal Philharmonic Orchestra. Ao mesmo 
		tempo pode-se notar o quão talentoso era Joe Guercio com sua 
		Orquestra que imortalizou parte do repertório original de Elvis! Algumas 
		dessas versões continuam com o mesmo impacto se mostrando atuais até 
		hoje! Sobre "IF I CAN DREAM" a escolha do repertório foi da maioria de 
		grandes sucessos, o que torna o álbum com mais chances de vendagem. 
		Muitos fãs ficaram imaginando outras canções (menos conhecidas) e que  
		poderiam ser trabalhadas, mas quem sabe numa outra oportunidade não é! O 
		que notei é que algumas faixas que achava que não iriam gerar impacto, 
		ocorreu o contrário o que é formidável! Mostra que este CD tem mesmo a 
		capacidade de agradar um público bastante variado! Então vamos para 
		minhas observações sobre cada faixa, deixando claro que cada um poderá 
		ter a sua opinião, já que estamos falando de algo que emana sentimentos 
		tão diversos até hoje!
		
		1) BURNING LOVE: A RPO deu ainda mis brilho em 
		"Burning Love" e o resultado agradou bastante. A introdução "clássica" 
		nesta versão foi uma grata surpresa pois nunca imaginei que iriam fazer 
		justamente num "Rock"! A música vai evoluindo de maneira brilhante até 
		seu final. "Burning Love" é um Rock sem muitas variações, mesmo assim 
		transmite a energia perfeita do Rock, para mim um dos melhores Rocks que 
		Elvis gravou. Não foi a toa que "Burning Love" alcançou a 2ª. posição 
		das paradas de sucesso nos Estados Unidos. A primeira versão foi gravada 
		em 28 de março de 1972 e naquele mesmo ano a canção entraria no filme 
		"Elvis on Tour". No longa é possível ver Elvis usando a letra para 
		cantar "Burning Love" pois ainda não a havia decorado. A canção foi 
		lançada no formato Single em 1º. agosto de 1972 e curiosamente foi 
		lançada numa coletânea em que só havia música de filmes, o álbum "Burning 
		Love and Hits from his Movies" (novembro de 1972). Além de 1972 
		Elvis voltaria a inserir "Burning Love" em seus shows em 1973, 1975 e 
		1976. 
		
		2) IT'S NOW OR NEVER: A RPO procurou uma versão 
		mais "clean" de "It's Now or Never" sem algumas características 
		do piano de Floyd Cramer que se 
		destacavam na canção original. Elvis adorava "O Sole Mio" de Caruso e em 
		1959 Elvis chegou a gravar informalmente na Alemanha a canção "There's 
		no Tomorrow" (outra versão de O Sole Mio). Mas em 1960 teve sua versão 
		composta por Aaron Schroeder e Wally Gold. "It's Now or Never" se 
		transformou num dos maiores hits de sua carreira e que ocupou o topo das 
		paradas em 1960. Como Elvis  já se identificava com a melodia 
		demorou apenas 4 tomadas para fechar a Master da canção! A canção acabou 
		sendo um enorme sucesso também no Brasil. 
		
		3) LOVE ME TENDER: A canção original apesar de 
		constar como compositores "Elvis e Vera Matson", não foi composta por 
		eles. Esta versão de "Aura Lee" foi escrita por Ken Darby que era 
		Diretor Musical do filme "Love me Tender", Vera Matson era esposa dele! 
		"Love me Tender" ocupou o topo das paradas em 1956 e transformou num de 
		seus maiores sucessos! No longa é possível ver duas versões, a master e 
		uma versão orquestrada que encerra o filme. Agora em 2015 a RPO realiza 
		um trabalho primoroso, trazendo um ar bastante nostálgico para quem 
		admira o filme ou a gravação original!.
		
		4) FEVER: Aqui temos um dueto com a a participação 
		de Michael Bublé (o cantor Canadense de 40 anos que já ganhou vários 
		prêmios incluindo 4 prêmios Grammy) "Fever" é uma canção bastante 
		sensual e a RPO soube captar esse clima nos novos arranjos. O famoso 
		acompanhamento de baixo ficou preservado, pois sem dúvida é o DNA da 
		parte melódica da canção. Foram raras as vezes que Elvis fez dueto com 
		alguém e ter essa oportunidade mesmo que seja através da tecnologia não 
		deixa de ser interessante. Aqui maiores análises serão muito subjetivas 
		e do gosto de cada um, particularmente gostei do resultado e da ideia de 
		colocar um cantor do nível de Michael Bublé no dueto.
		
		5) BRIDGE OVER TROUBLED WATER: A versão desta 
		canção dividiu opiniões entre alguns fãs, não que essa versão da RPO 
		seja ruim aliás é um belíssimo trabalho. A questão é que a versão 
		original é simplesmente fantástica até hoje. Uma não substituirá a outra 
		conforme alertamos no início desta resenha, apenas é "como seria se 
		Elvis tivesse gravado ao lado da Royal Philharmonic Orchestra. Alguns 
		fãs sentiram falta da introdução original de "Bridge" com os acordes de 
		David Briggs (Glen Hardin a tocava ao vivo, porém não foi ele que fez 
		parte da Master que está no disco. Os aplausos que aparecem na versão do 
		disco foram adicionados através de overdub). A versão original que está 
		no disco foi gravada primeiramente sem "orquestra" para depois ser 
		adicionada por overdubs também. A versão propriamente "ao vivo" que está 
		no filme "That's The Way It Is" foi brilhantemente conduzida pelo 
		Maestro Joe Guercio. A nova versão de "Bridge" acabou recebendo muitos 
		elogios de antigos fãs e de pessoas que buscam conhecer sua obra! 
		
		6) AND THE GRASS WON'T PAY NO MIND: Se trata de 
		uma canção composta pelo cantor Neil Diamond e que Elvis a regravou em 
		1969 no American Studios em Memphis. Achei interessante a RPO trabalhar 
		novos arranjos para esta canção, não que a tenha "modificado" muito, mas 
		por ser uma bela canção pouco conhecida do grande público! Esta nova 
		versão 2015 tornou a canção ainda mais agradável, basta compara-la a 
		versão original. 
		
		7) YOU'VE LOST THAT LOVIN' FEELIN:  A 
		gravação original que conhecemos foi gravada ao vivo no dia 13 de agosto 
		de 1970 no International Hotel. Elvis não a gravou em estúdio e nem 
		precisou pois a versão ao vivo conduzida por Joe Guercio ficara 
		fantástica! A versão da RPO agradou bastante os fãs. Confesso que senti 
		falta do clássico final da versão original que a finalizava de forma 
		impactante, mas a nova versão não comprometeu. É impressionante a 
		qualidade vocal de Elvis neste período, domínio total de voz e palco, 
		imortalizados no documentário "That's The Way it Is".
		
		8) THERE'S ALWAYS ME:  Fiquei particularmente 
		feliz pelo trabalho feito em "There's Always me", linda canção e que não 
		é conhecida pelo grande público! Quando Elvis a gravou em 1961 disse com 
		muito orgulho: "Essa é minha canção". Esta versão da RPO sem dúvida a 
		tornou ainda mais bela, vale a pena escutar ambas as versões e conferir 
		as mudanças! 
		
		9) CAN'T HELP FALLING IN LOVE:  Bonita versão 
		deste clássico dos clássicos! Ao mesmo tempo que é uma canção romântica 
		é uma canção que nos remete a "saudade", pois era com ela que se 
		despedia dos palcos.  Feita para o filme "Blue Hawaii" em 1961 
		ninguém imaginava que esta canção iria tomar a importância que tomou. Em 
		1968 acompanhado por uma orquestra a cantou de forma irretocável no 
		especial "Elvis" da NBC. 
		
		10) IN THE GUETTO: Uma das poucas canções de cunho 
		"social" que Elvis gravou entrou na parada de sucessos da Billboard em 
		1969. Acho a gravação original ainda irretocável devido a atmosfera que 
		se cria entre a melodia e a letra. A nova versão da RPO procurou não 
		fugir muito da versão original o que não a torna menos interessante.
		
		11) HOW GREAT THOU ART:  "How Great Thou Art" 
		é uma tradução de uma música evangélica sueca e que acabou sendo 
		conhecida em muitos países, incluindo o Brasil. Foi durante as gravações 
		do álbum "How Great Thou Art" que Elvis começou a trabalhar com o 
		produtor musical Felton Jarvis. Este produtor o acompanharia até o final 
		de sua vida e foi determinante para a gravação de muitos clássicos. 
		Jarvis já de cara produziu um de seus melhores álbuns cujo estilo 
		musical era o preferido de Elvis, o Gospel! A canção acabou entrando no 
		repertório dos shows sendo interpretada de forma inspiradora em seus 
		últimos shows. Para quem gosta desta canção vai gostar dessa versão da 
		RPO que adicionou belíssimos arranjos! 
		
		12) STEAMROLLER BLUES: O cantor, compositor James 
		Taylor que esteve no 1º. Rock in Rio em 1985 é o criador de "Steamroller 
		Blues". A versão dele é bem "modesta"em se comparando a interpretação de 
		Elvis! Aliás Elvis tinha essa habilidade de trabalhar canções e a tornar 
		melhores que as originais. A brilhante performance no Aloha From Hawaii 
		mostra toda essa versatilidade. A RPO manteve as características básicas 
		da canção e adicionou alguns arranjos interessantes e o resultante é 
		bom!
		
		13) AN AMERICAN TRILOGY: Aqui a RPO foi um pouco 
		mais ousada e fez uma ótima versão de "An American Trilogy". Para mim o 
		destaque são os arranjos feitos durante o refrão, são realmente 
		belíssimos! Para os mais atentos, há um solo no meio da canção que na 
		gravação original era feito por flautista, a nova versão é bem parecida 
		com a versão de Tom Jones de 1975 (The Edmonton Symphony Orchestra). 
		
		
		14) IF I CAN DREAM: Para mim o melhor trabalho da 
		RPO neste álbum. Onde havia alguma possibilidade dentro melodia original 
		a RPO explorou com muita criatividade. Aqui se mostra porque essa 
		Orquestra é uma das mais respeitadas do mundo! Fecha o álbum da melhor 
		forma com uma canção que simboliza uma virada na carreira de Elvis e na 
		vida de milhões de fãs, o que não é um exagero! Para os fãs que viveram 
		aquele período e os que compreendem a importância do "Comeback Special" 
		de 1968 sabem o que aquele Especial significou!
		
		CONSIDERAÇÕES FINAIS
		
		O álbum "IF I CAN DREAM" colocou Elvis novamente 
		no topo das paradas como Reino Unido e Austrália, só por este resultado 
		já mostra a importância deste lançamento. O clima gerado pela ROYAL PHILHARMONIC ORCHESTRA 
		reforça a importância do legado de Elvis. Há quase 40 anos não temos 
		Elvis fisicamente e trabalhos como este nos fazem sonhar novamente! A 
		capa do álbum muito bem elaborada nos afasta da ideia de ser apenas uma 
		"coletânea de sucessos", a impressão é que Elvis esteve ao lado da RPO 
		para lançar seu mais novo álbum! Teria sido maravilhoso...quer dizer, 
		foi maravilhoso! Afinal ainda é possível se sonhar com Elvis!