O LIVRO ELVIS MITO E REALIDADE

AUTOR: MAURICIO CAMARGO BRITO

 

(acima) 3°. edição do livro

Este livro é fruto de uma pesquisa de 10 anos feita pelo autor. São 430 páginas de muita informação para os fãs que desejam saber praticamente todos os principais fatos da vida de Elvis.

 

 

 

ELVIS - MITO E REALIDADE (Maurício Camargo Brito)

Conheci pessoalmente Maurício Camargo Brito em um encontro da Gang' Elvis em 2003 e recebi dele o material sobre o seu livro. Para mim (Marcelo Neves) foi uma oportunidade de conhecer uma pessoa bastante simpática, um ótimo escritor e é claro, conhecer alguém que foi ao show de Elvis, é realmente fabuloso. Natural de Mogi Mirim - SP, embora formado em Odontologia pela USP dedica-se ativamente à música desde garoto, já como guitarrista de "Os Lunáticos" grupo instrumental preferido nos shows e gravações de vários intérpretes da então Jovem Guarda. Mais tarde formou o original conjunto "American Graffitti, o que o levou a lançar o seu livro "Elvis - Mito e Realidade. Foi um dos criadores da São Paulo Elvis Presley Society e um dos raros brasileiros que presenciaram Elvis pessoalmente, inclusive tocando com músicos de Elvis, adquirindo e aperfeiçoando cada vez mais seus conhecimentos e execução ao piano nas origens do rock. Seu original estilo nas diversas Jazz Bands ou como pianista solo ou mesmo convidado para tocar com outros renomados nomes do blues, do rock e até gospel. Fez com que a MM vídeo editasse a vídeo/aula "Teclado - Origens do Rock'n'Roll, Blues, Boogie Woogie e Rhythm and Blues", na qual seu toque e explanações estão devidamente registrados. A Secretaria da Cultura da Cidade de São Paulo o escolheu como pianista do grupo instrumental efetivo do evento "30 anos da Jovem Guarda" Seus solos instrumentais e seus depoimentos estão imortalizados no Museu da Imagem e do Som. Depois de gravar com vários nomes consagrados do Rock, agora com o codime Morris Britt, teve editado na Europa o seu próprio CD "O Boogie do Milênio". Mauricio Camardo Brito vem promovendo palestras em clubes e escolas sobre Elvis, Blues e as origens do rock e continua sendo um instrumentista de escolha nos shows e gravações de intérpretes consagrados de sucessos dos anos 50 e 60.

SOBRE O LIVRO - ELVIS MITO E REALIDADE

(escrito e autorizado por Mauricio Camargo Brito)

"...o show começou com atraso naquele 29 de novemvro de 1976. Foi após as 21 hs que finalmente as luzes se apagaram e anunciada pelos alto-falantes, a afinada orquestra Hot Horns do maestro Joe Guercio arrepiou a platéia com um vribante e moderna versão da Quinta Sinfonia de Beethoven. Em seguida, o ótimo quarteto Stamps, liderado por J.D. Sumner e sua incrivel voz de baixo, cantou vários sucessos. A vocalização e coreografoa feminina do grupo Sweet Inspirations completaram a introdução musical, antes que um comediante fizesse rir durante um quarto de hora a maioria dos que lotavam o Cow Palace, monumental ginásio de São Francisco. E nessa imensidão de concreto estava eu, incrédulo, prestes a realizar o sonho que há duas décadas vinha alimentando não só a minha ilusão mas também a de milhões de pessoas por todo o planeta: ver e ouvir Elvis Presley ao vivo. Nos minutos que antecediam a esplendorosa entrada do Rei do Rock meus pensamentos viajaram aos anos dourados da infãncia, aos bons tempos de criançada lá no bairro da Liberdade na então menos poluida e mais romântica São Paulo, vibrava ao som de Tutti-Frutti nas rádios. Embora ainda frequentando o curso primário já eramos envolvidos pela elvismania. Como explicar tal obsessão? Afinal Elvis Presley não era mais um daqueles cantores estrangeiros? Mas diziam também ser um tipo esquisito, de roupas e cabelos extravagantes, vistosas costeletas e que remexia os quadris enquanto cantava. Comentava-se que fora caminhoneiro antes de gravar discos. Era o que sabiamos além de adorar seu jeito de cantar. Ninguém havia noticiado que o cara mesclava a música caipira branca, o blues dos negros e alguma coisa do pop comtemporâneo, mistura já conhecida como Rock'n'Roll, mas que vinha cusando tremendo furor em seu pais desde que o saudoso band-leader Tommy Dorsey em janeiro de 1956 arriscou apresenta-lo na televisão, levando ao ar para todo os Estados Unidos, seu requebro debochado e contundente. A garotada brasileira sequer poderia imaginar o que acontecia lá na America do Norte. Muito menos os detalhes que iriam moldar a meteórica carreira daquele que tornar-se-ia o maior fenômeno musical de todos os tempos como por exemplo o interesse imediato de hollywood para a realização do faroeste Love me Tender no qual os fãs puderam ver o idolo nas grandes telas, sem prever que este seria o primeiro de uma série de mais de 30 filmes em sua maioria campeões de bilheteria. Os cachês milionários para apresentações no show de TV de Ed Sullivan, imbativel na audiência das noites de domingo acabaram por consolidar sua posição de monarca da música pop. Um rei que veio de uma casinha humilde do Mississippi para uma mansão em Memphis, cujo trono não foi ameaçado com a convocação paea servir às Forças Armadas na Alemanha em 1958, em meio à Guerra Fria. As minha lembranças são interrompidas pelos gritos de vendedores circulando pelo Cow Palace oferecendo souvenirs elvisticos, posters, quadros, flâmulas, revistas, a preços nem sempre generosos para uma platéia impaciente. Confesso que eu não compartilhava a ansiedade com a multidão. Afinal, pouco mais de 48 horas antes , uma ensolarada manhã de sábado, estava despedindo-me de amigos no velho aeroporto de Congonhas em vias de enfrentar uma exautiva viagem até a não menos radiante California. As recordações persistem. Lembro agora que não apreciei o estilo que Elvis adotara após o exército, assim que retornou ao estrelato, gravando "O sole mio" uma ária de ópera agora como "It's Now or never". Já era a década de 60 e enquanto os Beatles deitavam e rolavam com inovações, o genuino Rei do Rock apoiava-se em filmes e mais filmes de produção barata, em uma média de três por ano. Isso só mudaria no final de 1968 com um ótimo show de TV que marcou uma espécie de retorno às raizes, ao verdadeiro Rock'n'Roll, embora nos anos seguintes resolvesse atuar como um entertainer dos hotéis / cassinos de Las Vegas. Silêncio total na imensidão do Cow Palace. As luzes se apagando, uma a uma, e eu retorno a realidade. A orquestra emitindo os primeiros acordes do imponente "Also Sprach Zarathustra", prenunciando a triunfal entrada do astro. Agora o som poderoso dos metais não conseguia sobrepujar a gritaria da platéia e quando ele surgiu, o espoucar de milhares e milhares de flashes das objetivas do público em meio a escuridão, proporcionavam um espetáculo de luz e som que ninguém mais poderia esquecer. Era Elvis Presley ao vivo! Seriam mais de 60 minutos de histeria generalizada sob sucessos e sucessos de três decadas. E eu satisfeito pela realização do velho sonho - agora um sonho irrealizável.

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