RESENHA DO LIVRO ELVIS PRESLEY E A REVOLUÇÃO DO ROCK
Autora: Margaret Souza
Santos
DANCHIN,
Sebastian. Elvis Presley e a Revolução do Rock. Tradução de Marlene
Cohen. Rio de Janeiro: Agir, 2010.
Esta é uma obra sobre o “rei do rock” que pode ser
classificada como um trabalho científico, ou seja, como uma obra
científica. O autor ao descrever a carreira e narrar a vida de Elvis
Presley o faz com objetividade, contextualizando seu relato,
demonstrando rigor quase científico em sua pesquisa sobre o cantor.
Na realidade, Sebastian Danchin, escritor e produtor
musical francês, lança um olhar com perspectivas histórica e
econômico-social para contar a trajetória desse ícone que revolucionou
não somente os jovens de seu país, mas de todo o mundo. Ao abordar o seu
nascimento no interior de uma família pobre e a ascensão social
conquistada com seu talento e sua dedicação, o autor o faz sob uma visão
ideológica. Fica bem fácil perceber a sociedade e os valores por ela
defendidos e que foram responsáveis por moldar o homem Elvis Presley e
por sua vez, a qual ele, como artista, influenciou.
A leitura desta obra nos revela com muita clareza como o
sistema usou a figura, a arte de Elvis e seu carisma para difundir o seu
modelo e, por outro lado, como ele próprio, um representante legítimo do
boom norte-americano, no período pós-guerra, introjetava e
defendia com veemência esse modelo.
Ao relatar os problemas de Elvis com o uso excessivo de
medicamentos, Danchin o faz com muita responsabilidade e critério,
desvendando aos leitores as dores de alma do homem por trás do mito e a
sua busca incessante pelas respostas às questões existenciais.
Enfim nas quase 500 páginas desta obra há um lado quase
inexplorado da trajetória que nos faz entender como esse artista ímpar
tornou-se referência cultural de sua geração e mudou para sempre não
apenas os rumos da música norte-americana, bem como o comportamento de
sua juventude, projetando-os ao mundo.
*Margaret Souza Santos é
socióloga, pós-graduada em Políticas Públicas, mas antes disso, fã
incondicional do “REI”.