1968 - PRINCIPAIS
FATOS
Em
junho de 1968 Elvis teria que gravar cenas para um Especial
de TV que seria exibido em dezembro daquele ano! Mas agora
as cenas não seriam de personagens de seus filmes, seriam
cenas que ficariam eternizadas para a história do Rock e
principalmente para seus fãs! Elvis novamente iria cantar
para uma platéia e mostrar ao mundo do que era capaz! Elvis
surge num tablado cercado de pessoas transbordando energia e
sensualidade! A crítica, o público e principalmente os fãs
perceberam que uma nova etapa na carreira de Elvis dava
início! Ele tinha ainda que cumprir contratos
cinematográficos, mas era nítida a vontade de Elvis mostrar
aquilo que sabia fazer como ninguém...dominar o palco e sua
platéia! O "Homem Tigre" estava a solto novamente. O
resultado logo apareceria no ano seguinte (1969) com sua
volta ao Hot 100 da Billboard e o lançamento de um dos
maiores clássicos do século XX, "Suspicious Minds"!
ELVIS NO TOP 100 DA BILLBOARD (RESULTADO ANUAL)
NENHUMA MÚSICA ENTROU NO TOP 100 DE 1968
JANEIRO / 1968
Elvis é capa da revista "Everybody's"
FEVEREIRO / 1968
01.02.1968 - Nasce a única
filha de Elvis, Lisa Marie. Anos mais tarde Lisa se lançaria como
cantora e seria a esposa de Michael Jackson. Segundo Priscilla e
amigos da família, foi um ótimo período na vida Elvis, pois
estava radiante com a chegada da filha!
Lançamento do álbum
"Elvis Gold Records vol 4".
07.02.1968 - O
amigo de Elvis, Nick Adams comete suicídio.
MARÇO / 1968
05.03.1968 - Elvis
vai até a California para sessões de gravação.
08.03.1968 - Distribuição
Nacional do filme "Stay away Joe".
MAIO / 1968
25.05.1968 - Elvis
vai para o Hawaii assistir um torneio de Karatê. Lá
conhece Mike Stone, que seria o pivô da separação de
Elvis e Priscilla.
JUNHO / 1968
15.06.1968 - Elvis
e Priscilla viajam até Honolulu para conhecer o Arizona
Memorial.
27.06.1968 - Elvis
grava tapes para seu especial de TV na NBC.
28.06.1968 - Elvis
grava tapes para seu especial de TV na NBC.
29.06.1968 - Elvis
grava tapes para seu especial de TV na NBC.
30.06.1968 - Elvis
grava tapes para seu especial de TV na NBC.
JULHO / 1968
04.07.1968 - Elvis
doa seu Rolls Royce Phantom V no valor de $35.000.
22.07.1968 - Começam
os trabalhos de outro filme, "Charro" no Arizona.
OUTUBRO / 1968
Lançamento de mais um filme "Live a
Little, Love a Little"
DEZEMBRO / 1968
03.12.1968 -
A
NBC
transmite o especial "ELVIS", mais conhecido como
"Comeback Special" e muda a carreira de Elvis
Nem
o mais fanático fã de Elvis iria negar que os Beatles realmente
dominaram os anos 60. Chegavam a ter 5 sucessos nas paradas de
sucesso e praticamente o mundo só se falava neles. Lotavam
grandes estádios e realizaram uma turnê pelo mundo que incluía
até Japão e Itália. Elvis estava afastado dos primeiros postos
da parada. Não fazia mais shows na década de 60, excluindo é
claro o de 1961 e 1968/69. Nunca realizou uma turnê mundial e
estava afastado da juventude que o consagrou.
E
até deve ter sido difícil ver seu reinado ameaçado
com tamanha voracidade do quarteto de Liverpool. Se não bastasse
os novos grupos, os novos ídolos, Elvis estava recebendo papeis
que eram abaixo de seu talento e isso é algo hoje inquestionável.
A “fórmula Elvis” de se fazer filme era rentável no inicio.
Bastava colocar algumas canções, garotas e algumas brigas, que
estava feito o roteiro. Porém a mesma “piada” foi perdendo a graça
conforme foram passando os anos. Elvis sabia que seu público
merecia mais e disse isso várias vezes ao Coronel Parker. O
velho empresário possuía uma lábia de se tirar o chapéu e acabava
sempre convencendo Elvis de que era o melhor negócio. Só que o
próprio Coronel percebeu que seu esquema de filmes já não agradava
no final da década de 60. Spinout (1967), Double Trouble (1967)
e Clambake (1968) haviam sido muito aquém do sucesso de GI
Blues (1960) ou Blue Hawaii (1961). A ausência de Elvis
nas paradas de sucesso preocupava e era nítido que o sucesso
estava se apagando. Foi ai que o Coronel Parker resolveu se mexer
e arrumar um especial de TV. A idéia inicial seria um programa de
canções natalinas que seria transmitido em dezembro de 1968.
A idéia que partiu do próprio Coronel não iria ajudar a carreira de Elvis e sim afunda-la de vez. Quem percebeu isso
logo de cara foi o Diretor do Especial chamado Steve Binder,
um cara bem jovem e que conhecia muito bem a carreira de Elvis.
Além de conhecer a carreira de Elvis, Steve era um apreciador do
Rei do Rock e sabia exatamente o que os fãs desejavam naquela
época. Ao escutar a proposta do Coronel, Steve não pensou duas
vezes, chamou Elvis para uma conversa séria. Steve quis mostrar a
Elvis que o Especial poderia ser sua última chance de voltar a
tona e confirmar de vez sua coroa de Rei do Rock. Mostrou que sua
carreira estava em declínio e que sua popularidade estava
realmente acabando. Elvis a principio não acreditou em sua
palavras alegando que mal podia sair de casa por causa de sua
fama.
Elvis foi até a calçada com Steve para
ver a reação das pessoas na rua. As pessoas passavam por Elvis
indiferentes e depois subiram ao estúdio. Coronel quando ficou sabendo disso ficou extremamente
furioso. Mas Elvis precisava saber a realidade e foi isso o que
aconteceu. Imagine Elvis caminhando pelas ruas em 1968 observando
a nova geração de jovens usando roupas psicodélicas. O movimento
Hippie estava a todo vapor neste período. Elvis
ficou desconcertado. As pessoas
passavam por ele e nada. Ninguém percebia que um dos maiores
ícones da música mundial estava na sua frente. Aquilo mostrou a
Elvis que deveria fazer alguma coisa para dar a volta por cima.
Aquilo foi o resultado de anos de filmes que não condiziam com seu
talento, de trilhas sonoras que passaram despercebidas do público.
Depois desse episódio Elvis concordou com Steve e entrou de cabeça
no especial de TV. A idéia de se fazer um programa natalino foi
abandonada o que deixou o Coronel irritadíssimo.
Por causa disso
quase a parceria de Elvis e o Coronel acabou, pois pela primeira
vez Elvis batia de frente com as opiniões de seu empresário. Steve
teve a brilhante idéia de colocar Elvis num “acústico” com
sua primeira banda. Elvis seria o
pioneiro nesse formato de show
tão conhecido hoje em dia. O diretor percebia que Elvis ficava
bastante a vontade quando estava com seus amigos. Foi um momento
mágico para os fãs e para Elvis. Pois há muito tempo que ele não
fazia isso. Foi a última vez que ele cantou com Scotty Moore e
JD Fontana. Bill seu primeiro baixista havia falecido
em 1965 e não pode participar. O especial seria dividido em vários
temas: Elvis cantando sozinho com orquestra e banda; cantando com
sua banda original; cenas de estúdio e apresentação de dança! Mas
com certeza a melhor parte é aquela que Elvis enfrenta uma
platéia! A última vez que havia feito isso foi em 1961 num show no
Hawaii. O mundo havia mudado musicalmente principalmente com o
surgimento dos Beatles em 1962 e das novas bandas que
seguiram o encalço do quarteto de Liverpool. Fora contar o
movimento “Flower Power” que estava em voga em 1968. Novos
ídolos haviam surgido como Janis Joplin, Jimi Hendrix, The
Doors, The Birds e Rolling Stones. Então o impensável
aconteceu, Elvis estava com medo, chegando ao ponto de perguntar
aos amigos se iriam gostar durante sua apresentação. Estava muito
inseguro, afinal o público não era o mesmo de 12 anos antes.
Estava com 33 anos de idade e era só visto em cinemas e em suas
trilhas sonoras. Quando Elvis adentra o palco é visível como
estava nervoso. Sua mão trêmula pega o microfone e começa os
primeiros acordes de “Heartbreak Hotel”. Como se trata de
um medley coloca “Hound Dog”, em seguida emenda com “All
Shook up”. Ao finalizar o medley o público o aplaude com muita
alegria. Elvis agradece e diz: “...já faz tempo, muito tempo”.
Com a platéia em sua mão, Elvis canta “Can’t help falling
in love” numa de suas melhores interpretações. Elvis se
entrega de corpo e alma na canção transformando aquele momento num
dos mais lindos de sua carreira.
Os clássicos dos anos
50 são os mais lembrados no especial. “Jailhouse Rock” é
executado com muita energia levantando a platéia. Em seguida
“Dont be
Cruel” para selar de vez a coroa de Rei do Rock.
Outro momento interessante é a execução de “Love me Tender”
em que Elvis troca algumas palavras da canção gerando risos na
platéia. Elvis tinha tanto controle sobre a platéia que até
errando alegrava seus fãs.
A
parte
em
que
faz
seu
acústico
é
bem
descontraída. Muitas
horas
foram gravadas
para
o
especial.
Só
esta
parte
do
acústico
ganhou
anos
mais
tarde
um
DVD
exclusivo
chamado “One night with you”.
Para
o
especial
nem
todas entraram na
edição
final,
por
isso
vale
a
pena
adquirir
o DVD
acima.
O especial
realmente é uma síntese do que ele era.
Como
gostava de música gospel adicionou o medley “Sometimes i Fell
Like a Motherless Child / Where Could I Go But to the Lord / Up
above my head / I found that light / Saved”. O medley é
muito bem ensaiado com dançarinos que dão o sangue nas gravações.
É tão atual que é difícil crer que já se vão 40 anos desde o seu
lançamento. A dedicação de Elvis foi total par que o especial
fosse um sucesso, até dormir o camarim ele fez. Só que tamanha
dedicação fez com que desmaiasse depois de uma apresentação. O
acústico mostrou como a carreira de Elvis teve inicio, então
algumas músicas não poderiam ficar de fora como: “That’s all
Right”; “Lawdy Miss Clawdy”, “Trying to get you”; “Baby what you
want me to do” e “One night”. Outras foram introduzidas como
“Tiger Man” e “Memories” uma canção que ficaria marcada
para sempre em sua carreira. O especial era sim “memórias” de um
ídolo que transformou o rock e a música mundial e não foi a toa
que entrou no repertório. Os filmes não foram esquecidos, durante
o especial há várias referencias como na música “Little Egypt”
do filme “Roustabout” de 1964. Já a canção “It Hurts
Me” mostra exatamente como eram seus longas, garotas, brigas e
canções. O inicio do especial traz a canção “Trouble” que Elvis
consegue superar a original de 1958 e para finalizar escolheu uma
canção inédita chamada “If Can Dream”. Isso gerou outra
discussão com o Coronel Parker que não desejava que Elvis
finalizasse com uma canção inédita. Elvis a escutou nos dias de
gravação e resolveu grava-la. A letra era forte e de protesto.
Afinal Martin Luther King havia sido assassinado em Memphis
em 1968 e o mundo clamava pelo fim do racismo. A canção “If Can
Dream” vem de encontro com esse desejo. Elvis colocou vários
dançarinos e cantores negros no especial chocando a sociedade
americana tão racista naquele período.
No dia da exibição Elvis estava em sua casa extremamente nervoso
ao lado de Priscilla. Ficou em silêncio todo o programa.
Mas bastou o término do especial para que seu telefone não parasse
de tocar. Todos foram pegos de surpresos. Muitos não acreditaram
que Elvis viria com tanta força num programa dedicado ao Natal de
68. Até mesmo os críticos que tanto falaram mal de Elvis e seus
filmes se dobraram. Tanto os jornais e revistas destacaram o
especial como sendo o principal do ano! A RCA ao lançar o disco do
especial teve uma grata surpresa em vê-lo em 8°. Lugar das
paradas, algo que não ocorria a muitos anos. Elvis estava de volta
para a mídia e principalmente para os fãs que sonhavam com aquele
momento. Isso motivou a sua volta aos palcos que ocorreu no ano
seguinte. Afinal poucos fãs tiveram o privilégio de assisti-lo ao
vivo nos estúdios da NBC TV. Após a exibição do especial
milhões de fãs em todo mundo ficaram sabendo do
acontecimento.
Imaginem a ansiedade em que eles ficaram de não poderem ver o
programa já que só ficou restrito aos Estados Unidos. No Brasil só
para se ter uma idéia só foi ao ar em 1970, no dia do jogo
Brasil e Inglaterra. Não existiam aparelhos de videocassete,
muito menos DVD e o jeito era esperar a exibição de alguma TV. A
Rede Record se encarregou desta felicidade para os fãs
brasileiros. Muitos chegaram a chorar pois já tinham a noção da
importância do especial na vida de Elvis. A frustração ficou que o
LP não foi lançado na época, só 24 anos depois!!! A matriz
chegou no Brasil em 1968, mas inexplicavelmente não foi prensado e
vendido. A única opção era comprar o importado que demorava em
média 3 meses para chegar. Hoje em minutos você pode baixar o
álbum pela internet!
Dezembro
O disco
NBC TV
SPECIAL é lançado.
O disco
NBC TV
SPECIAL fica em 8º. lugar nas paradas americanas, Elvis voltava
ao top 10.
Elvis é capa da revista "EMovie Mirror"
27°. filme
"Speedway"
Lançamento do
álbum "Speedway"
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